Foi em Xambioá, foi em Xambioá, no Araguaia, Xambioá
Quem nunca ouviu que fique agora a escutar
Contos de glória que agora vou contar
Quando eu era pequeno ouvi meu pai a me contar
"Ei meu filho lá estive a atuar, vi guerrilheiro na selva a tombar
e para casa nunca mais voltar"
a guerrilha não era brincadeira, era patrulha, patrulha a noite inteira
alguns de nós éramos faca na caveira
O perigo a todo canto a rondar
Páraquedistas chegavam pelo ar
a todo momento um sinal de congelar
"Cabo mateiro" lá na frente a avisar, tem guerrilheiro de tocaia a emboscar
Ordem à patrulha na mata se infiltrar
A fadiga, a sede e a fome. Carapanã, muito charco e lamaçal
Mas mesmo assim eu sustentei meu pára-fal
Ouvi os guerrilheiros lá de Xambioá
Durante muitas noites o meu nome a gritar, no intuito de me amedrontar
não gostei e logo revidei, dei rajadas pro inimigo perfurar
fiz emboscadas para eliminar, vi o inimigo com medo a me olhar
e o desespero em sua alma a reinar
Lá havia mulher guerrilheira, havia a Dina, a Dina guerrilheira
em torno dela a mistificação, de boa mulher para a população
Sua astúcia era de invejar, e sua liderança de admirar
Conquistou o povo de Xambioá, informes sobre ela ninguém queria dar
Mas pegadas para a morte ela deixou, seu vulto traiçoeiro na mata nos enganou
um preço alto a Dina pagou
Ó meu filho se alguém lhe perguntar, se o seu pai esteve em Xambioá
responda com orgulho que eu estive lá
Foi em Xambioá que eu cumpri nobre missão, defendi com orgulho essa nação
Ó meu filho choro agora de emoção, e lhe peço prossiga na missão
de defender com orgulho esse chão, seja no norte, no sul ou no sertão
velho guerreiro vai agora descançar, e o meu filho na missão continuar
Pois se a guerrilha voltar a ameaçar, tenho certeza que estarei por lá!!!
Como cantar?
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